quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
NO SILÊNCIO DA NOITE
Apenas o mar
a romper o silêncio
na noite suspensa,
parada no tempo.
Espero o madrugar
que adivinho distante
e navego no breve das ondas
que nascem e renascem
quase no mesmo instante.
E a meus pés
a espuma que se desfaz
na última carícia ao areal.
Estátua viva em pedestal de areia
julgo-me dono do mar.
Mas o mar...
o mar que me adivinha, diz-me:
"Eu não sou de ninguém!!!...
Recordo então
palavras bonitas que se dizem
para enfeitar discursos
de supostas boas intenções
e mergulho em mil oceanos
rubros de sangue
que o homem inventou.
E pergunto:
"Afinal...
que fazemos nós aqui
na terra que pisamos,
na água que bebemos,
no ar que respiramos,
se não crescem searas de amor
e o Sol só descobre manhãs sangrentas?
Ninguém me responde.
E o mar...
O mar abafa-me a voz...
José Vargas
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